06/06/2018

Por André Nery

Prestação de contas e transparência nas igrejas e organizações cristãs

Qual o verdadeiro papel do Pastor na Igreja?

Hoje as funções do pastor ou líder da igreja na maioria das vezes são confundidas com as funções administrativas. Devemos então separar as atividades, a função pastoral com a função administrativa.

Para que isso seja possível é necessário criar e definir regras claras e adequadas para as despesas da igreja com o objetivo de traçar limites.

A utilização do dinheiro em muitas igrejas não é transparente perante seus membros, sendo comum que a administração, ainda que instruída pelo pastor, faça a prestação de contas limitada ao exigido no estatuto. Isto as vezes deixa a desejar e transmite falta de transparência, assim como igrejas que só fazem a prestação de contas uma vez no ano, sendo que o recomendado é de pelo menos uma vez ao mês.

Às vezes falta apenas a análise e utilização das informações de maneira adequada. As informações prestadas devem auxiliar o gestor ou administrador na tomada de suas decisões. Relatórios de receitas e de despesas, comparativos e demonstrativos, devem ser organizados melhor para serem analisados pelo administrativo.

A Tesouraria está ligada ao financeiro: entradas e saídas de recursos, caixa, saldo disponível. Este departamento é imprescindível na gestão diária dos recursos da igreja. Já a Contabilidade mostra todos os fatos ocorridos, inclusive os da tesouraria, registrados de maneira a evidenciar as decisões administrativas.

O conjunto de informações claras e transparente para uso do administrador ou gestor pode ser chamado de controladoria, que normalmente é tirada das próprias informações contábeis, utilizando comparativos e demonstrativos analíticos específicos, de maneira a assegurar o controle dos recursos da igreja ou organização, tendo a necessidade de montar uma equipe administrativa que exigirá controles internos adequados.

Outro ponto ligado à falta de transparência está o fato da congregação possuir vários fieis trabalhando e ajudando em diversas atividades administrativas. São pessoas com valores diversos e com conhecimentos diferenciados, alguns dos quais consegue fazer somente aquilo que vê outra pessoa fazendo ou que podem ser instruídos erroneamente, mesmo que a pessoa não tenha a intenção de ensinar errado, isso aumentando os riscos de lançamentos errados ou até mesmo omissões de informações essenciais a igreja.

Gastos sem os comprovantes aceitos contabilmente é um dos problemas que são gerados pela falta de instruções corretas.

Se o tesoureiro apresenta só um relatório, citando no documento final todas as despesas, sem que o administrador ou comitê administrador vejam os documentos das despesas, pode não deixar claro a correta utilização das receitas. Assim igreja passa a ter necessidade de estabelecer um controle mais detalhado, e estabelecer limites para cada tipo de despesa.

É um procedimento indispensável a verificação dos documentos, a fim de confirmar, inclusive, o que foi gasto ou não durante o período analisado. Esse procedimento deve ser feito periodicamente por um comitê eleito entre os membros. O tesoureiro deve sempre ter rigor em relação à comprovação, e não abrir mão da exigência legal.

O Pastor tem a responsabilidade de se dedicar ao seu ministério, delegando e incentivando o comitê administrativo. Já o contador ou tesoureiro, deve assegurar que o dinheiro esteja sendo utilizado dentro dos propósitos e objetivos estabelecidos pela igreja, mostrando sempre ao pastor ou líder da igreja através de relatórios e demonstrativos periodicamente. A frequência de divulgação dos demonstrativos quanto mais curta melhor, geralmente o relatório mensal é suficiente. Um demonstrativo semanal simples, representando apenas a arrecadação e as despesas relacionadas de forma clara, também é algo interessante para a igreja.

Então o comitê administrativo tem a oportunidade de ter um olhar crítico sobre as decisões de utilização dos recursos, assim como sua comprovação, incluindo metas estabelecidas, observando e fiscalizando não somente o tesoureiro ou contador, mas também o próprio comitê administrativo. De certa forma, ele se torna um auditor interno que presta serviço aos membros da igreja e toda envergadura administrativa da congregação.

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